4.7.07

Configurações Urbanas Cenográficas ...

Um ensaio muito interessante, lido no vitruvius.

" A cidade como um museu de arte: a museificação da cidade
Tentou-se, neste ensaio, estabelecer relações entre cultura e renovação urbana na cidade-mercadoria gerada pela arquitetura espetacular nas práticas espaciais contemporâneas, que buscam primordialmente recuperar a economia através dos equipamentos culturais e econômicos, tal como ocorreu em Baltimore e para Berlin, estudarmos apenas dois casos. Este processo consolida a museificação e espetacularização da cidade, através da construção de grandes museus e centros culturais orientados primordialmente para o turismo. As novas construções ou adaptações de antigos marcos históricos provocam uma mudança de função, pois os recém-criados espaços de exposição são transformados em estruturas arquiteturais que passam a ter papel determinante na reestruturação das cidades e sua inserção na economia global.
Utilizados menos por sua função educativa e social do que por constituírem como estratégias econômicas, museus e centros culturais em geral encomendadas a astros do star-system da arquitetura assumem destaque cenográfico na cidade. A este contexto somam-se os prédios transformados em patrimônio histórico e artístico que servem como elementos de estímulo para programas de renovação urbana. Estas obras inusitadas de arquitetura atuam como vitrines publicitárias da cidade-espetáculo, tentando despertar o orgulho dos cidadãos e pretendendo neutralizar os muitos conflitos sociais (2). Não há ingenuidade nos projetos espetaculares de arquitetura. Eles servem quase sempre para esconder outras regiões da cidade onde reina a pobreza, a falta de educação e a miséria.
Museus, aquários e revitalizações urbanas, acoplados a grandes eventos internacionais, constituem o que David Harvey denominou de “empresariamento urbano” (3) como resultado do capitalismo do final do século XX, onde as cidades, agora na condição de mercadorias, são ajustadas à ordem econômica mundial. O espaço urbano passa a integrar o circuito de reprodução e valorização capitalista do qual fazem parte: (i) a formação de parceiras entre o setor público e a iniciativa privada; (ii) a implementação de novos instrumentos e instituições voltados para o governo urbano; (iii) a realização de projetos arquitetônico-urbanísticos de grande impacto, particularmente equipamentos culturais emblemáticos, edifícios-âncora como museus ou sedes empresariais de grande porte. " Evelyn Furquim Werneck Lima

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_fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq046/arq046_03.asp

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